Ontem foi o teu aniversário, mais um.
Sei que já não te escrevo no dia do teu aniversário... apercebi-me que era mais sereno, para mim e talvez para ti, escrever-te no dia seguinte. Ainda assim de cinco em cinco palavras tenho que parar e pestanejar, obrigar as lágrimas a voltarem à origem. Não chorei ontem sabes?! A vontade era imensa, mas não quis chorar. Ultimamente evito chorar ou chamar por ti, não te quero desassossegar e procuro encontrar algum conforto nestas "cartas" que te vou deixando aqui duas vezes por ano. Cartas que de nada servem, cartas que não lês e que não têm resposta. Aliás... supostamente devo acreditar que estás num sítio bem melhor, que estás em paz e feliz. Do fundo do meu coração não desejo outra coisa a não ser que estejas em paz, que te sintas feliz e que não sintas a falta que eu sinto! Este bocado de carne arrancado do peito, uma ferida que não sara. Uma dor que se tornou dormente, macilenta, há qual me habituei. Tenho em dias em que não sinto, são dias bons esses mas depois, a dor vinga-se da folga que deu ao coração e esfaqueia-me sem dó nem piedade.
Tenho saudades tuas! Hoje e sempre tenho saudades tuas! Continuo a pensar o que sei que nunca quererás ouvir. Não penso sempre. Só de vez em quando, quando o meu coração está mais longe do mundo e a minha alma mais perto da tua.
Hoje e sempre... e para sempre. Terei saudades tuas.