lunedì 23 luglio 2007

Endless sleep

Odeio-te! Odeio-te até ao final dos tempos, até que a terra seja a imensidão do deserto. Porque foste a mais bela das ilusões e a mais negra realidade.
A ti, a_mor_te. Dentro de mim.



I know no shame.

The empire of my desire
Gathers you into my fire
I hope you fall. Hope you call,
My filthy name. It makes you crawl
on your knees, with all your pleas
Lay down there, look up at me.

Are you alive my dear, and breathing?
Are you diseased my dear, and bleeding?
I'll lift you high above my dear,
I'll have you dreaming.
`Tis time to say farewell, to your pleading.

Poor devil as thou art. A ruin at my feet.
Go drop your little life, and welcome up my sleep.
So briefly at my side. So simple in defeat.

No more lies utter from you.
From mine eyes I must take you.
No longer wise. Nothing is new.
Tears for my trembling faith.
You shall not die unsung.

Goodbye my dear, you wicked thing.
I have no tears, beautiful thing.
No silver pail to catch them in.
So ends this tale you did not win.

"The Scarlet Garden" - My Dying Bride

lunedì 16 luglio 2007

From childhood's hour I have not been
As others were; I have not seen
As others saw; I could not bring
My passions from a common spring.
From the same source I have not taken
My sorrow; I could not awaken
My heart to joy at the same tone;
And all I loved, I loved alone.
Then- in my childhood, in the dawn
Of a most stormy life- was drawn
From every depth of good and ill
The mystery which binds me still:
From the torrent, or the fountain,
From the red cliff of the mountain,
From the sun that round me rolled
In its autumn tint of gold,
From the lightning in the sky
As it passed me flying by,
From the thunder and the storm,
And the cloud that took the form
(When the rest of Heaven was blue)
Of a demon in my view.

Edgar Allan Poe, Alone


Ainda que as águas subam na recuperação do que um dia lhes pertenceu, ainda que a carne definhe na busca constante da existência prometida, ainda que as trevas engulam o céu e o fogo mergulhe no mundo em compridas línguas, os braços erguer-se-ão ao bater da terceira badalada da terceira hora da noite.
Virá o medo.
E o que um dia existiu perder-se-à ante a gargalhada profunda dos que resgatam quem perdeu a fé.

venerdì 6 luglio 2007


5h e 3 minutos.

Cinco horas e três minutos.

Segundo após segundo.

Cinco horas e quatro minutos.

Os cigarros amontoam-se sobre os centésimos de segundos. É a dormência, a passividade sem côr, uma cratera imensa onde nada se encontra. Um espaço limpo, desprovido de nada.
As paredes não sufocam. Não há paredes.
Não há oxigénio, sobrevive-se com menos do que isso. Há um eu transparente, a teimosia em consumir fragmentos de milhares de personagens ridículamente adoráveis, pequenas marionetas dóceis como cães. Sempre esperei vislumbrar-lhes aquele esgar de dor agonizante, o presságio de que rasgariam a pele parindo a perfeição, mas as marionetas são tão vazias, não se movimentam sem mim. Deitam-se quietas e chamam-me baixinho. Ouço-as sussurrar baixo, cada vez mais baixo, que a perfeição nasce da morte.


Contemplato per Jorge dos Santos Gouveia

Quando tudo o resto falha, imobilizo a mente e deixo o corpo ir onde quiser enquanto espero que não volte... Já não tenho mais linha com que suturar as feridas e as marionetas precisam de dormir.