venerdì 27 aprile 2007

Untitled (no need for more)

Há uma imensidão na escrita que não consigo transpôr para além de mim. Há esta dor que não sei bem de onde surge e porque grita assim. Há toda uma incongruência no sentir dentro de mim e fora do que eu acreditei ser. Há algum ponto nesta conjunção de acontecimentos, no modo como o universo foi criado, na orquestração de órbitas pessoais, no ritmado dia a dia espelhado de tédio, no simples deitar esperançoso de que não irá haver um outro erguer... há algo em tudo isto que conduz a uma insatisfação que não consigo colmatar.
Quis tanto gritar... Se soubesses o quanto eu quis gritar...
Até àquele momento em que tive a perfeita noção de que se tinha escrito o final, quis abrir a boca troantemente. Fi-lo mas não saiu um único som.
Não se pode falar sobre o que é inexistente, sobre o que ocupa espaço algures neste emaranhado de mim que se confunde em fiapos de algo, de algo, de algo como... como o nada.
Não se escreve sobre o vazio.
Não se lê sobre o vazio.
É-se o vazio mas não se fala sobre isso.





Ainda hoje tento lembrar o exacto momento em que me perdi...

giovedì 26 aprile 2007


Libera me , Officium Defunctorum
Contemplato per La Tempesta

martedì 17 aprile 2007

Inexistência

Que imenso prazer retiraria eu da morte, se esta fosse tua detentora. Ver-te definhar, o olhar horrorizado pedindo clemência aos anos que passam e consciencializam o teu ego do esquecimento daqueles que não se voltam à tua passagem.
Sorrir-te-ei, uma última vez, quando deslizar a minha mão sobre os teus olhos e saberás que não vives, porque nada nem ninguém te recorda.


mercoledì 11 aprile 2007

60 segundos de um pensamento cansado

Sabes, o mundo é uma rua vasta onde os dias são longos e as noites intermináveis. É possível que na rua estejamos apenas nós. Frente a frente. Tu de um lado, eu do outro. Face to face.
Tu não passas para cá. E eu não quero que passes, para cá.