lunedì 28 maggio 2007

inVisibilidade

«(...) olhando fixamente o espaço cheio de trevas, agachado lá no fundo da minha amada caverna, num desespero que me embriaga como vinho, firo com as minhas possantes mãos o meu peito em pedaços. (...)»

Lautréamont, excerto do Canto Primeiro (in Cantos de Maldoror)


sabato 12 maggio 2007

Falo em silêncio

Aqui, nesta dualidade latente em que a loucura dá passos maiores que o intervalo da respiração, consigo (de alguma forma) ter a noção que, se me deixar levar pela presença etérea das lembranças deixarei de fazer todo e qualquer sentido. Que a hipótese de devotar este rastejar à existência de milhares materializados numa só face pode ser o desembocar da privação a que me tenho imposto.
Evito a fala, a música que me foi usurpada, a roupa que me escolheram... consigo, conscientemente, esquivar-me a tudo e qualquer coisa que me possa recordar os dias em que sorri. Faço-o com a plena noção de que este é o caminho a seguir, rasgo todo e qualquer laço com quem um dia acreditei poder ser, esbato as cores que ousaram roçar as minhas auroras e abraço com o sangue que me resta a mágoa que me predestinei.
Não serei profetiza. Não almejei um futuro longo e interminável aos meus sorrisos... tão somente acreditei.
É de dia já... e tudo se torna mais suportável. Posso fechar os olhos confiante que só eu acordarei lado a lado com o que não se vê e não me pertence.

lunedì 7 maggio 2007

Há que ter a noção que o tempo não pára sem ser para nós. Há que ter a noção que há vidas que têm um início do qual não temos memória, mas às quais conseguimos decifrar o fim e profetizar a maior das trevas.
Jamais em tempo algum tive a perfeita noção de não querer estar em algum lugar, sentir-me um animal encurralado, mas um dia a sensação chega e toma conta.
Deverei agradecer?
A ironia diz-me que sim, portanto... obrigado.


A ouvir Hermeticum - Daemonarch