Há uma imensidão na escrita que não consigo transpôr para além de mim. Há esta dor que não sei bem de onde surge e porque grita assim. Há toda uma incongruência no sentir dentro de mim e fora do que eu acreditei ser. Há algum ponto nesta conjunção de acontecimentos, no modo como o universo foi criado, na orquestração de órbitas pessoais, no ritmado dia a dia espelhado de tédio, no simples deitar esperançoso de que não irá haver um outro erguer... há algo em tudo isto que conduz a uma insatisfação que não consigo colmatar.
Quis tanto gritar... Se soubesses o quanto eu quis gritar...
Até àquele momento em que tive a perfeita noção de que se tinha escrito o final, quis abrir a boca troantemente. Fi-lo mas não saiu um único som.
Não se pode falar sobre o que é inexistente, sobre o que ocupa espaço algures neste emaranhado de mim que se confunde em fiapos de algo, de algo, de algo como... como o nada.
Não se escreve sobre o vazio.
Não se lê sobre o vazio.
É-se o vazio mas não se fala sobre isso.
Ainda hoje tento lembrar o exacto momento em que me perdi...
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