venerdì 27 aprile 2007

Untitled (no need for more)

Há uma imensidão na escrita que não consigo transpôr para além de mim. Há esta dor que não sei bem de onde surge e porque grita assim. Há toda uma incongruência no sentir dentro de mim e fora do que eu acreditei ser. Há algum ponto nesta conjunção de acontecimentos, no modo como o universo foi criado, na orquestração de órbitas pessoais, no ritmado dia a dia espelhado de tédio, no simples deitar esperançoso de que não irá haver um outro erguer... há algo em tudo isto que conduz a uma insatisfação que não consigo colmatar.
Quis tanto gritar... Se soubesses o quanto eu quis gritar...
Até àquele momento em que tive a perfeita noção de que se tinha escrito o final, quis abrir a boca troantemente. Fi-lo mas não saiu um único som.
Não se pode falar sobre o que é inexistente, sobre o que ocupa espaço algures neste emaranhado de mim que se confunde em fiapos de algo, de algo, de algo como... como o nada.
Não se escreve sobre o vazio.
Não se lê sobre o vazio.
É-se o vazio mas não se fala sobre isso.





Ainda hoje tento lembrar o exacto momento em que me perdi...

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