Aqui, nesta dualidade latente em que a loucura dá passos maiores que o intervalo da respiração, consigo (de alguma forma) ter a noção que, se me deixar levar pela presença etérea das lembranças deixarei de fazer todo e qualquer sentido. Que a hipótese de devotar este rastejar à existência de milhares materializados numa só face pode ser o desembocar da privação a que me tenho imposto.
Evito a fala, a música que me foi usurpada, a roupa que me escolheram... consigo, conscientemente, esquivar-me a tudo e qualquer coisa que me possa recordar os dias em que sorri. Faço-o com a plena noção de que este é o caminho a seguir, rasgo todo e qualquer laço com quem um dia acreditei poder ser, esbato as cores que ousaram roçar as minhas auroras e abraço com o sangue que me resta a mágoa que me predestinei.
Não serei profetiza. Não almejei um futuro longo e interminável aos meus sorrisos... tão somente acreditei.
É de dia já... e tudo se torna mais suportável. Posso fechar os olhos confiante que só eu acordarei lado a lado com o que não se vê e não me pertence.
3 commenti:
Tive que ler tudo o que aqui escreveste... Não consegui parar apesar de cada vez mais sentir que estava a entrar num espaço proibido.
Não publiques... Só para dizer que gostei do que li, só para dizer que esta noite as tuas palavras me definem o estado de alma...
Vê-se que esta loucura não é perneta! :)
Pois... são os fantasmas... E o que fazer? Até o Abrunhosa anda lixado com eles! :)
Beijo.
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