Esta cidade sufoca-me. É uma caixa de vidro cujas paredes avançam lentamente sobre mim e o vidro fala-me, toca-me, enlaça-se em torno do meu corpo e rouba-me os movimentos, tolhe-me a funcionalidade do pensar, acelera-me a respiração num aviso de que será a última vez. As pessoas desta cidade estrangulam-me. Abatem-me as crenças, laminam-me os sorrisos e extraiem-me as lágrimas que bebem por largas e aúreas taças com que vão brindando numa orgia de sussurros.
Esta cidade define-me e definha-me, abraça-me e pune-me, lê-me como se eu fosse personagem de um livro que passa de mão em mão. Aqui a distância não o é, encurta-se a cada música que ouço, a cada palavra que apago no papel para em seguida a escrever sob a minha pele, a cada página em branco que viro com as mãos manietadas pela memória.
Esta cidade define-me e definha-me, abraça-me e pune-me, lê-me como se eu fosse personagem de um livro que passa de mão em mão. Aqui a distância não o é, encurta-se a cada música que ouço, a cada palavra que apago no papel para em seguida a escrever sob a minha pele, a cada página em branco que viro com as mãos manietadas pela memória.
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