domenica 12 settembre 2010

Funeral party

Somos tantos e ainda assim somos tantos mais. Cada um traz consigo uma imensidão de pessoas e histórias tristes, amores que perecem e que se tentam esquecer no amargo da bebida. Vem a música que não deixa. É só uma música mas lembra mãos, lágrimas, beijos, roupa perdida pelo chão e corações esquecidos numa rua onde não se quer voltar.
É de noite e todos nós amamos a ausência de luz, como num amor sufocante que não se compadece da solidão e do terror que é ficarmos só connosco. Desejamos a surdez porque sabemos que a resposta à pergunta é o eco ou o silêncio, que no espelho não aparece outra face sem ser a nossa, que a casa que antes era pequena agora tem espaço a mais e que o coração apesar de forte se partiu em tantos pedaços e não vimos para onde foram alguns deles.
E agora como faço para os colar de novo?? Encontraste o pedaço que falta ao meu coração? Estará perdido irremediavelmente em algum canto de chão ou foi contigo para sempre?
São estas as perguntas escondidas no meio das roupas, da música, dos olhos contornados de negro.
Na pista dançam os corações descompassados, parece que se reanimam de vez em quando.
Tum tum tum
Tum tum tum
Semicerro os olhos e por entre o fumo vejo uma ou outra ficha ser desligada.

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