lunedì 4 ottobre 2010

Catarse

Estou tão só comigo que chega a ser quase orgásmico. Abro a boca para deixar sair o fumo. Descontrolo os movimentos e é um cavalo que galopa para fora de mim e se estende no caos das imagens e do som, estranho, bizarro, adjectivos, pronomes e nomes, nomes, NOMES, pessoas e gente que cheira demasiado a multidão e eu não quero estar na multidão apetece-me esta solidão egoísta de ser uma vírgula quase enrolada como um feto com medo de vir ao mundo e gritar que não quer nascer da falta de amor e se não grita então foge para onde não o possam ver, não suporta que o olhem com ouvidos que não conhecem palavras com significados para além de silêncio, vazio, eco, eco, eco, eco. Páro e não páro afinal. As minhas mãos não me obedecem só o resto do corpo morreu e a alma saiu para tomar café já que a insónia não se vai embora, mas a alma não volta, também não quer ficar aqui comigo e com a confusão e com todos os livros que não se abrem e os restos de lembranças que apodreceram naquele canto ali ao fundo, aquele bem escondido por trás do boneco que canta e abana a cabeça e que me faz companhia quando me sinto demasiado sozinha. Vai-te foder dirias tu. Já perdi toda a legitimidade em dizer que me sinto sozinha, perdia-a de tanto a ter gasto em lágrimas e sofrimentos ad eternum que o Pai sempre ignorou. Eu sabia que devia ter sido uma menina melhor! Eu sabia que devia ter ajudado os outros! Eu sabia que não devia ter mentido ao padre em confissão! Para o caralho! Eu sabia tudo isso e ainda assim fiz e aconteci e aconteci e perdi-me e encontrei-me e se olhar para trás lembro-me de tudo e tento esquecer outro tanto.
Eu prometo que me vou portar melhor!
Eu prometo! Prometo! Prometo!

1 commento:

Anonimo ha detto...

Não prometas.
Ou talvez eu é que não consiga prometer.

Citei-te.

Um abraço