Refugio-me na sombra que projectam as minhas mãos,
como se defendesse a minha fronteira de sonhos.
Alguma coisa relampeja por dentro dos olhos,
vislumbro nos seus frenéticos sinais
as opacas densidades do espanto.
Enxames de perguntas como insectos,
como duros pirilampos ferozes
cuja luz me alcançasse em todos os meus exílios,
que me rodeiam, que me cegam com o seu alude.
Sinto a mansidão da mutilação,
caindo sobre a alma, calcinando
a simples relação da minha história.
Toco a hostil humidade no anoitecer
das tensas palavras que não esqueço
e esqueço a palpitação do poema,
como se fosse o infinito espaço
que abraçasse o planeta solitário que eu sou.
Justo Jorge Padrón, Densidades do Espanto
mercoledì 13 ottobre 2010
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