sabato 10 febbraio 2007

In silentium

As paredes grotescas desse castelo, em que definhas, gritam de dor.
Eu estou do lado de fora, acariciando a pedra rugosa, fria e intransponível. Ouço o deslizar das tuas lágrimas ao compasso com que dedilhas as cordas de aço que não consigo desentrelaçar.
Continuo do outro lado da porta, a fronte encostada à madeira como se assim me conseguisses sentir porque, daqui, eu vejo a luz disforme que te acompanha.
À noite, frente a frente com a ilusão , ouço-te cada inspirar e fecho os olhos à espera que a tua imagem se preencha de negro, cada contorno retocado, cada lágrima contida no silêncio.
Quando as ameias ruírem pela erosão da futilidade e as bonecas de porcelana perderem a côr, desce as escadas, empurra a pesada porta com a força que te restar, ergue aos céus o teu olhar e vem acordar-me sob o manto negro em que, sonolentamente, te tenho aguardado.




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